quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Carta para o Filipe

Já faz um tempo que não tenho uma pessoa colorida me esperando na entrada do prédio quatro. Era tão bonito de se ver um menino parado sorrindo para mim, com um cachecol embalado pelo vento.
Esse menino tem um sorriso largo mais fácil de abrir do que o próprio coração, coração que me dragou lá pro seu fundinho, onde moro num contentamento só.
Amizades verdadeiras fazem um álbum de fotografias na cabeça da gente e de sentimentos também, se é que existe álbum de sentimentos, se não existe inventei para guardar nossas gargalhadas, dobradas, nossas conversar que só a gente entende e todos, todos aqueles abraços.
Quando a gente ganha um irmão depois de grande parece que fica mais bobo.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Soluções privadas

No caminho para o trabalho tem uma rua. Uma rua que tinha muito asfalto. Daí buracos famintos engoliram uns pedaços desse asfalto. Era tanta fome que os buracos começaram a comer suas próprias beiradas. A coisa foi aumentando. Os buracos se multiplicando. A chuva piorando. O poder público negligenciando. A população desviando. Quem não conseguia via o carro estragando. Foi então que, cansada dessa rima besta, a iniciativa privada vislumbrando uma grande oportunidade, resolveu entrar em cena... Mais uma borracharia inaugurada no Bairro Fragata.


Diosma Nunes lembre da nós.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

sábado, 6 de setembro de 2008

Na minha direção

Começou bem baixinho, sutil, mas interferente. Ganhou volume, eu diria altura. Se aproximou, se acelerou. Quase me engoliu. Meu pensamento sucumbiu. Me diminui. Se avolumou. Me sufocou. Me enxotou.

(Preciso sair daqui do centro de convivência, esse barulho ta se fazendo mais presente que o próprio agora).

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Sem freios

Pois é, foi assim que eu fiquei hoje, de verdade, fui frear e simplesmente não freou. Mas o que mais me deixou chocada não foi o quase choque contra um Vectra, nem o preço do conserto de um sistema de freios que não funciona nas rodas traseiras, o que mais me chocou foi perceber que freios nem são tão importantes hoje em dia. Quando eu começava a reduzir a marcha pra desacelerar, ou colocava a mão no freio estacionário, já podia acelerar de novo. Eu percebi que as pessoas não param, sério, não é em sentido figurado. Correria pra avançar o sinal, pra pegar a vaga, pra voltar pro trabalho, pra se salvar de ser atropelado por um carro que, óbvio, vem correndo. Que droga! No que a gente transformou a vida da gente...