quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Papéis no divã

A Dona Folha acordou-se saudosa, lembrando de tempos em que sempre aparecia alguém para fazer um cafuné em sua barriga ou dar uma coçadinha em suas costas, podia ser com caneta ou grafite, ela adorava ficar tatuada, de desenhos e palavras. Confessou que morre de ciúme dos teclados, que sempre são massageados e que cansou de receber somente essas míseras assinaturas ou, pior ainda, só uma triste rubrica. “Carinho de impressora não é igual” exclamou ela, “é tão mecânico, tão impessoal, que nem parece carinho, parece um, um solavanco”. E foi com os olhos bem tristonhos que ela disse temer um futuro em que umas pessoas não conheçam a caligrafia das outras.

Um comentário:

.Má. disse...

Sabe que muitas vezes já pensei como Dona Folha?
Mas eu gosto muito dela e, acho que 80 a 90% das vezes, antes de passar para os teclados a Dona folha recebe minhas idéias primeiro.
Amo escrever, e amo grafite... E caligrafia já é uma arte... em breve pode ser algo raro!

Por isso, pratico sempre =)
Ainda mais porque, caligrafia é pessoal... "fontes" são todas padrão...e eu gosto mesmo é de subjetividade, prsonalidade, traço pessoal =)