Hoje assisti um filme ótimo, “Um lugar na platéia”, em uma das cenas Catherine Versen, interpretada por Valérie Lemercier, conversa com Jessica, interpretada por Cécile de France (adoro), abaixo um trecho da conversa:
“Sabe que eu costumo espiar as primeiras cadeiras da platéia antes da cortina abrir, mas sempre tem alguém procurando um lugar bem na frente. Se vê uma cadeira vazia a pessoa espera até o último instante, assim que a luz se apaga o espertinho corre pro lugar vazio. Ele quer sentar mais perto, não pensa em outra coisa, só que de tanto insistir um belo dia ele acaba na primeira fila, percebe que está perto demais e que não consegue ver nada”.
Entrando na onda da reciclagem, uma solução para um problema que nós mesmos criamos por consumir demais, sacolas, garrafas, uma infinidade de plásticos, aquela bolha colorida que flutua no oceano, ou melhor, aquelas. Essa mania de comprar e comprar, querer e querer também acaba nos transformando nessas bolhas, de lixo invisível, de lembranças e sentimentos que a gente não vive, ou rejeita, ou é rejeitado. É uma outra forma de lixo, um lixo que não se vê, mas que se acumula na gente e as reciclagens são tão demoradas e transformadoras que quando acontecem pode ser tarde demais ou perigoso demais.
Um lugar na platéia, nem muito na frente, nem muito atrás, essa é a idéia do filme que não tem nada a ver com reciclagem, eu que fiz essa ligação na fila do supermercado, olhando a nova moda das “sacolas-ecológicas”, e olhem que eu só tinha tomado um copo de coca-cola hoje hein!!!