segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Sobre o tamanho da saudade



É porque essa gente gigante estica as paredes do nosso coração que quando estão longe sentimos um buraco tão grande.

♪ Elephant Gun - Beirut

domingo, 14 de dezembro de 2008

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA


"Repórter atira sapatos em Bush no Iraque"

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Mãe, eu posso dormir na geladeira?


O máximo que pode acontecer é eu acordar com o nariz entupido e espirrando, mas isso acontece todas as manhãs mesmo.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Aproveitando

O “Espírito Natalino” e que muita gente recebe 13° salário por agora queria pedir uma ajudinha pro pessoal de Santa Catarina. Muita gente perdeu tudo que tinha com essas chuvas dos últimos dias. Não querendo ser apelativa, mas já sendo, faço esse pedido na esperança de que o tal “Espírito Natalino” não seja só aquele pinheiro no canto da sala, mas sim um sentimento muito maior que preencha verdadeiramente nossos corações e que se faça presente em atitudes de solidariedade. Ui, parece até uma frese de cartão de Natal né?! Mas tudo bem, to no clima, hehehe. Abaixo os dados bancários:

Banco do Brasil
Agência: 3582-3
Conta corrente: 80.000-7

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Um par, pra dividir



"É,
Só eu sei
Quanto amor
Eu guardei
Sem saber
Que era só
Pra você."

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Pirando


2 provas de economia internacional;
1 prova de economia pesqueira;
1 prova de técnicas de pesquisa;
1 trabalho de economia agrícola;
1 trabalho de técnicas de pesquisa, dividido em 3 etapas restantes;
1 trabalho de política e planejamento econômico;
1 trabalho de economia pesqueira;
3 provas de inglês;
1 trabalho das 8:30 às 17:10 com intervalo de 1:30 hr, de segunda a sexta;
1:30 hr de viagem todos os dias úteis da semana;
4:10 hr de academia por semana
-10:00 hr de sono, no total, de segunda a sexta, sem recuperar no fim de semana.

Não to reclamando, só to justificando antecipadamente qualquer atitude grosseira que eu possa ter nos próximos 2 meses.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

No hospital de cachorros


Piometra. Acho que esse é nome da doença da Lola, desde domingo ela ta no hospital, se operou ontem e se conseguir se alimentar volta hoje para casa. Coitadinha da minha velha, já ta com 10 anos, os bigodinhos caindo e os dentes gastos, ta bem caduca, mas por nenhum momento deixou de ser doce. Na primeira visita que eu fui fazer, mesmo com uma dor que precisou de morfina, ela fazia questão de ficar de mãos dadas comigo.

Como existe gente que não gosta de bicho? Não cabe isso na minha cabeça, muito menos no meu coração.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Carta para o Filipe

Já faz um tempo que não tenho uma pessoa colorida me esperando na entrada do prédio quatro. Era tão bonito de se ver um menino parado sorrindo para mim, com um cachecol embalado pelo vento.
Esse menino tem um sorriso largo mais fácil de abrir do que o próprio coração, coração que me dragou lá pro seu fundinho, onde moro num contentamento só.
Amizades verdadeiras fazem um álbum de fotografias na cabeça da gente e de sentimentos também, se é que existe álbum de sentimentos, se não existe inventei para guardar nossas gargalhadas, dobradas, nossas conversar que só a gente entende e todos, todos aqueles abraços.
Quando a gente ganha um irmão depois de grande parece que fica mais bobo.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Soluções privadas

No caminho para o trabalho tem uma rua. Uma rua que tinha muito asfalto. Daí buracos famintos engoliram uns pedaços desse asfalto. Era tanta fome que os buracos começaram a comer suas próprias beiradas. A coisa foi aumentando. Os buracos se multiplicando. A chuva piorando. O poder público negligenciando. A população desviando. Quem não conseguia via o carro estragando. Foi então que, cansada dessa rima besta, a iniciativa privada vislumbrando uma grande oportunidade, resolveu entrar em cena... Mais uma borracharia inaugurada no Bairro Fragata.


Diosma Nunes lembre da nós.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

sábado, 6 de setembro de 2008

Na minha direção

Começou bem baixinho, sutil, mas interferente. Ganhou volume, eu diria altura. Se aproximou, se acelerou. Quase me engoliu. Meu pensamento sucumbiu. Me diminui. Se avolumou. Me sufocou. Me enxotou.

(Preciso sair daqui do centro de convivência, esse barulho ta se fazendo mais presente que o próprio agora).

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Sem freios

Pois é, foi assim que eu fiquei hoje, de verdade, fui frear e simplesmente não freou. Mas o que mais me deixou chocada não foi o quase choque contra um Vectra, nem o preço do conserto de um sistema de freios que não funciona nas rodas traseiras, o que mais me chocou foi perceber que freios nem são tão importantes hoje em dia. Quando eu começava a reduzir a marcha pra desacelerar, ou colocava a mão no freio estacionário, já podia acelerar de novo. Eu percebi que as pessoas não param, sério, não é em sentido figurado. Correria pra avançar o sinal, pra pegar a vaga, pra voltar pro trabalho, pra se salvar de ser atropelado por um carro que, óbvio, vem correndo. Que droga! No que a gente transformou a vida da gente...

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

No tanque dos sonhos



Lá no fundinho dele, existe uma tampa com uma correntinha. Os elos dessa corrente são pequenas atitudes. Tropeçar nessas pequenas atitudes pode levar uma enxurrada de sonhos ralo abaixo.
(Amanhã vou pintar meu quarto de lilás :D)

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Deus cuida né neguinha?!

Foi isso que eu escutei ontem à noite e que me fez desabar em choro, vou explicar melhor.
Desde de pequena sou acostumada com a presença da “Prima” na minha rua, ela é uma senhora que sempre me pareceu ter a mesma idade, antes vinha acompanhada de sua mãe, as duas batiam nas casas pedindo comida ou roupas, sempre foram muito educadas, cativavam pelo jeito doce de falar e pela aparência, duas senhoras gordinhas que não deviam ter mais que 1,30 m de altura, cabelo branco e sorriso largo. Há uns sete anos a mãe da Prima faleceu, depois de um incêndio na casa muito humilde (mas muito mesmo) onde as duas moravam. A Prima ficou sozinha nas ruas por um tempo, depois o pessoal conseguiu um lugarzinho para ela voltar a morar.
Ontem, quinze para a meia noite, quando eu chegava da faculdade encontrei a Prima sentada no chão da área de entrada da padaria, era noite de garoa e uma umidade que fazia parecer que a gente mora em um brejo. Perguntei para ela o que tinha acontecido e ela me explicou que estava deitada nos bancos, do lado de fora do postinho de saúde, aqui da rua, esperando para tirar uma ficha de atendimento para o dia seguinte, quando os alunos do colégio saíram de lá e quiseram roubar os cobertores dela, então ela resolveu dormir ali na padaria.
Me subiu um ódio garganta acima, uma raiva dessa gente que quer parecer legal sendo troxa, eu me indignei, comecei a esbravejar, perguntei se fazia tempo que tinha acontecido, se tinham machucado ela...
Com a mesma calma de sempre e com o mesmo jeito doce ela me disse que eu fosse para casa e não me preocupasse, ela ia ficar bem, afinal: “Deus cuida né neguinha?!”
Como pode ter gente que faz mal para uma pessoa assim?

(Acho que me senti pior por não ter muito o que fazer por ela, queria levar para dentro de casa, mas não tive como, dormir pensando nela ali não foi fácil)

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

As justificativas de uma caneca que sonhava ser açucareiro

Para não dormir de cabeça para baixo;
Para ser doce, doce, quase feita de açúcar;
Para não tomar tanto banho de água fria no inverno;
Para não levar um jato de água quente por cima todas as manhãs;
Para não sofrer a tortura da cócega com uma colher remexendo seu interior;
Para ter duas orelhas e assim poder até usar óculo, no caso de uma caneca míope.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Tem fralda voando no meu varal



Tem chupeta fervendo no fogão.
Tem roupinhas de um tamanho minúsculo espalhadas pela casa.
Tem tanta gente babando.
Tem um cheirinho, huuum.
Tem chorinho de dengo no ar.
Tem um colorido que só criança traz.
Tem gente nova no meu coração.


(O Joca nasceu dia 06/08/08)

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Assim assim



Que eu entrelaço meus dedos com os teus numa vontade de fazer um nó, um nó de nós.
Que eu desapareço no meio de um abraço onde já decorei tua circunferência, e as nossas circunstâncias.
Que o meu pensamento se perde, andando numa só direção.
Que eu aprendo sobre gaivotas que namoram de costas, sobre corais, artesanato, embarcações, faróis, lugares, mares...
Que aprendo a perder o medo da borracha do tempo, essa malvada senhora que apaga algumas lembranças.
Que eu preencho um tempo que nem sabia vazio e um espaço oco que se chamava buraco.
É bem assim, assim... Bem é!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Fábrica de estrelas



"Telescópios que examinam fatos ocorridos há mais de 12 bilhões de anos localizaram uma galáxia que funcionava como fábrica de estrelas. Essa remota galáxia está (ou esteve) gerando até 4 mil estrelas por ano.
A nossa Via Láctea, por exemplo, gera apenas dez estrelas por ano, segundo o estudo divulgado na quarta-feira. "Esta galáxia está passando por um forte 'baby boom', produzindo a maioria das suas estrelas de uma só vez", disse Peter Capak, do Centro Científico Spitzer da Nasa, ligado ao Instituto de Tecnologia da Califórnia.
"Se nossa população humana tivesse sido produzida num surto similar, a maioria de todas as pessoas vivas hoje em dia teria a mesma idade", comparou ele em nota à imprensa.
Em artigo na revista Astrophysical Journal Letters, Capak e seus colegas disseram ter usado vários telescópios, inclusive o Spitzer e o Hubble, ambos da Nasa, para localizar essa antiga galáxia, que fica a 12,3 bilhões de anos-luz (ou seja, sua luz levou 12,3 bilhões de anos para chegar aos arredores da Terra).
Estima-se que o Universo tenha 13,4 bilhões de anos, o que significa que a galáxia estava "parindo" estrelas quando o Universo tinha apenas 1,3 bilhão de anos"
De tudo que eu li essa semana só gostei dessa notícia :D
Deu até vontade de cantar "Boi de Haxixe"
"Meu bem meu bem-me-quer
Te dou meu pé meu não
Um céu cheio de estrelas
Feitas com caneta bic num papel de pão"
Irruuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Um guarda-chuva para dois


Limitação & aproximação

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Ainda bem que eu te encontrei

Porque é chato não acreditar em netos. É chato não programar uma viagem para a França, de barco.
É chato comprar quentão para tomar sozinha e programar uma viagem pelo litoral do Uruguai sem ser com uma pessoa que me faça jurar que eu vou, aconteça o que acontecer.
É chato ser descrente diante da possibilidade de que a vida pode ser boa, tão boa para mim, assim como ta sendo agora.

FELIZ ANIVERSÁRIO!

domingo, 1 de junho de 2008

Frágil como flor

Dá medo de abraçar esses gelados meninos de vidro, esses que despidos são transparentes e insípidos. Dá medo de quebrar e se machucar com os cacos, os cacos de um abraço de força mal medida. Os cacos que cortam o sentimento com mais precisão que essas lágrimas que fatiam o rosto.

sábado, 24 de maio de 2008

Crocodilo Tic Tac em versão hi-tech



E seis e meia da matina o capitalismo me espanca, me dá na cara, me chama de flácida, me expulsa da cama, me acorda aos berros por uma musiquinha tunch, me senta à mesa, me faz engolir pão com gosto de fermento e três compridos, que vistos de cima, ao lado da minha caneca de café com leite, até que formam uma bela fotografia, o retrato da idade, na moldura da má alimentação. E me toca pra academia, o único lugar onde mexo as pernas, e me mostra um déficit de saúde, e não se acusa, e não se chama de culpado, e nem mesmo se compadece. E não se cansa, me empurra pro trabalho, remexendo meu cérebro mais rápido que os ponteiros do relógio e alfinetando minha bursite com um sarcasmo que só ele tem. Meio-dia ele me corre pra casa, me obriga a tomar banho passando de bicicleta por baixo do chuveiro, me deixa em situação ridícula, e eu quero atropelar, e eu quero buzinar, e eu queria mastigar! Me hipnotiza e quando vejo já são três da tarde, e eu ainda nem terminei o trabalho de banco, abre a porta no solavanco e me assusta, me atiça, e eu vou gritar, e eu vou fugir, e a única escapatória é a faculdade, meu Deus, PIEDADE! E me engole, e me suga, mais rápido que eu sugo esse refrigerante, nesse drive thru de gente bacana e moderna que logo vai ficar doente. E eu dramatizo pra chamar a atenção, e ridicularizo aumentando a situação.

♪ Fireball – Deep Purple

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Substituir? Jamais!



“Quando era pequena, minha mãe disse que eu sempre chegava atrasada à escola. Um dia ela me seguiu para saber o motivo. Eu ficava vendo as castanhas caírem das árvores e rolarem na calçada, ou as formigas atravessarem a rua, ou a sombra de uma folha num tronco da árvore. Coisas pequenas. Acho que com a gente é igual. Vejo pequenos detalhes de cada coisa que me comovem e sinto saudades deles depois. Não se pode substituir ninguém porque todo mundo é uma soma de pequenos e belos detalhes.”

Um trecho do filme "Antes do Pôr-do-sol".

terça-feira, 6 de maio de 2008

Fazendo figuração na vida real



Nem linda, nem inteligente, muito menos culta, porém feliz. Sinto-me bem em papel secundário, me agrada passar despercebida e, por exemplo, poder ficar olhando pela janela, sem participar de uma conversa interessante, onde, por meio de gritos ou palavreado nobre, poderia impor minhas idéias aos outros e assim chamar a atenção. Atenção é o que ando dispensando. Canso dessa competição!
Não recolhi meu tapete de “bem-vindo” da porta de entrada aos amigos, só não espanei e nem remendei aquele cantinho desfiado. Aceito aproximações, mas é assim, passando por um tapete escabelado que te recebo. Houve um tempo, de esforços inúteis, que eu quis ser mais legal, ainda bem que passou. Foi-se embora e não me deixou saudade.
Ando muito crítica, mas só em relação a mim, isso explica a suposta falta de imaginação. As idéias, desses últimos tempos em branco, eu guardei em uma pasta chamada rascunhos, que beirou a lixeira várias vezes, não parei de pensar, elogiar, criticar, descobrir, sentir por nenhum segundo se quer, a calmaria externa é aparente, embora a confusão de idéias minhas me deixe em paz, em paz comigo, isso que importa.
Apaguei os caminhos para me encontrar e isso não é um lamento, é uma justificativa para quem me quer bem e sente saudade, que é o maior sinônimo de bem-querer, na minha opinião, e não pense que é um tormento ou um tédio imenso, pelo contrário, novos prazeres me seqüestraram e combinam com que penso.
Vou deixar um trecho de uma carta do Caio Fernando Abreu aqui, é mais ou menos assim que me sinto:

“Enfim, tenho agradecido por estar vivo e ter andado por todos lugares onde andei e ter vivido tudo o que vivi e ser exatamente como sou”.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Mudança repentina de humor




Nem me importei com o xampu que acabou no início do banho, aproveitei o frasco vazio para fazer bolhas em um banho que deve, quase por lei (global-capitalista), ser muito rápido. E nem me importou que só deu tempo de fazer três bolhas, uma só já seria ótimo. E nem me importei com o machucado no dedo indicador, que não quer sarar e hoje perdeu o chapéu mais uma vez, muito menos me importei com esmalte roxo descascado na unha do dedão. Nem as risadinhas dirigidas a minha meia-calça azul-turquesa e muito menos com esse sono gordinho, que se pendurou nas minhas pálpebras, desde terça quando comecei a acordar na madrugada para estudar.
Tô de bom-humor, a exposição dos meus dentes estampada em um sorriso que vai de orelha-a-orelha registra isso. Um carinho arranca as rugas da testa e hoje ganhei um presente que foi parar na porta do meu quarto e um bilhete escrito à mão que foi parar no bolsinho da carteira.
Do ato todo o mais bonito são os detalhes. A letra, a dobradura, o papel cortado pela metade, para caber justinho o que as palavras vinham me contar, mas o melhor de tudo era a caixa, a caixa de meia-calça. Quem colocou o presente lá dentro sabe que eu não tenho frescuras. ADOREI!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Em tempos de câmera digital, fiquei sem filme na máquina



Eu tenho memória fotográfica. Para mim é fácil memorizar um gráfico, uma fórmula, um desenho. Já com textos sou uma negação, então sublinho as partes importantes com caneta colorida. Usando o método “xerox psicodélico” consigo decorar (no duplo sentido) algumas coisas. O colorido é bonito, me atrai, me aguça, me faz despertar interesse e me faz lembrar.
Em contradição, com pessoas o clic não funciona desse jeito. Observando alguns perfis de orkut, fotolog’s , blá blá blá, vendo tanta gente bonita clicada por si própria e “photoshopada” no escondidinho – acho que vivemos em uma era narcisista – percebi que minha lente não funciona. Em meio a este despautério de beleza cibernética, notei que fechando os olhos sempre faltava um pedaço.
Ops! Como é mesmo aquele olho?
Ai! Sumiu o nariz!
O-ou! Foi-se a boca!
Droga! Não consigo formar uma imagem completa e do jeito que to lembrando o pessoal ta feio pra caramba!
Eu guardo o jeito que tu mexes no cabelo e desajeitas aquele fiozinho da franja. Eu guardo o barulhinho que sai do nariz quando tu respiras fundo gripado. Eu guardo as palavras, aquelas que me dissestes ou as que escrevestes para mim. Eu guardo o cheiro, uma piscadinha. O jeito que tu amarras o sapato, como esfregas os olhos. Eu guardo as três batidinhas nas costas, acompanhadas de um abraço. Eu guardo o calor do moletom emprestado, a sensação de alívio depois do abraço que eu tanto queria, aquele jeito ranzinza de quem se zangou comigo, aquele sorriso de quem voltou a ser meu amigo...
Não adianta, das pessoas eu só sei guardar o jeito, as imagens não.

domingo, 6 de abril de 2008

Mas


Quem disse que a utopia não é a realidade? Será que essas pequenas verdades que a gente vive não são uma grande mentira? Ah, se eu fechasse as cortinas, digo, os olhos e caísse lá dentro desse mundo de sonhos! E será que eu não caio? Tem certeza que não se pode viver em uma dimensão paralela? Física? Quem conceituou isso? Matéria? Quem disse que somos só isso?
Ai to viajando! Mas esse conceito limitado é pouco para mim, quero muito mais!

(bons sonhos na noite passada, eu sei que eu vivi aquilo)

domingo, 30 de março de 2008

Liguei a confusão

Assim como quem fecha os olhos, como se colocasse fones nos ouvidos, como se diminuísse a luz. Só respirando. Dá para sentir essas sombras escuras mexendo no meu cabelo e nem bola. Dá para sentir uma correria presente e eu totalmente ausente. Dá para sentir distância, logo aqui, na ponta dos meus dedos, esses dedos que agora só carregam unhas escuras. Dá para sentir saudade, saudade nem sei do quê. Dá para sentir gostinho e dá vontade de cuspir. E tudo que eu preciso cabe no meu abraço, mas não vou abraçar, recolhi os carinhos. E dá para lembrar uma coisa que eu tenho que esquecer e que não é de ninguém, só de mim. Só! E não te conto. E não te deixo pistas. E não pense que lendo entenderás. Estranhas interpretações... Eu já esperava! Ah! Se soubesse o que eu esperava...

(viagem de bebum)

segunda-feira, 24 de março de 2008

Em noites de gala...

Os dentes-de-leão passam brilhantina no cabelo e se transformam em fogos de artifício.



Verdade!

domingo, 23 de março de 2008

Sobre as armaduras

Ela preparava-se como para uma guerra, construía uma armadura de ferro fedorento e enganava-se como se aquilo servisse de proteção, esquecia de apertar alguns parafusos e sentia que venceria a batalha mascarada com tamanha força protetora.
Foi então que o dia da batalha vestiu-se de hoje sem nem avisar, e a mocinha correu para se vestir de durona. Qual não foi o espanto ao perceber que só nas pernas a armadura já não servia. Agoniada, ela se apertava daqui, se empurrava dali, para dentro de sua engenhoca, protegia tudo que conseguia, até que... Blaaaaammmm! A armadura explodiu. Não cabia o coração embaixo daquele amontoado de dureza.

♪ “É de mágica que eu dobro a vida em flor! E ao senhor de iludir mando avisar, que este daqui tem muito mais amor para dar!”♪

Para quem eu carrego um caminhão de orgulho ;)

segunda-feira, 17 de março de 2008

Por você, faria isso mil vezes

Acabei de chegar do cinema, olhos vermelhos, fui assistir “O caçador de pipas”, há uns dois anos li essa história, lembrava de muitas falas, o pai de Amir era exatamente como eu tinha imaginado, a cena das pipas no céu no dia do torneio também. Não consegui segurar o choro, quase o tempo todo, nem fiz força para isso, ainda mais quando percebi que o moço que sentou ao meu lado, desconhecido para mim, porém famoso na cidade, também não segurou o pranto, me senti à vontade para desenrolar três metros de papel higiênico e enxugar os óculos. E chorei, chorei muito e de verdade, com momentos de soluço, muito pela história e muito por mim. Chorei de ver que mesmo errando tanto e tropeçando quase um passo sim e outro não, mesmo assim a minha essência não se foi, como diz a minha irmã “o melhor de ti”. Coisa boa me encontrar, acho que pela metade sou muito mais inteira. Que saudade eu tava de mim, e olha que não sou narcisista.

sábado, 15 de março de 2008

Toma ai



Essas bolhas de sabão
Que eu fiz reforçando a porção
De detergente
Quero que elas agüentem
Assoprei na direção da tua casa
É meu carinho com asas

segunda-feira, 10 de março de 2008

Eu tenho um amigo que é feito de açúcar

E em dias de chuva ele faz como os pirulitos, que se vestem com suas gabardines sintéticas e saem colorindo as ruas.
Ele duvida da sua condição, mas eu, por acreditar na sua doçura, faço uma prece para que não fure essa capinha, não quero que se molhe por dentro.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Receita de final feliz

Coloque a discussão em um pote de margarina e leva à geladeira, deixando por, no mínimo, vinte e quatro horas.
Em um pote de sorvete baratex coloque a cabeça, com um pouco de amaciante de carne, deixe no freezer por aproximadamente, hum, bem daí vai da dureza da cabeça de cada um né?!
Espere o amaciante fazer efeito e não saia de casa nesse período, pode ser assustador um corpo sem cabeça andando pela rua.
No dia seguinte junte os ingredientes previamente resfriados, despeje 5 Kg de açúcar no olhar (coragem) e comece a bater...um papo.

♪♫ Conversa de Botas Batidas ♪♫

domingo, 2 de março de 2008

Imaginação

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2.

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4.
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6.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Uma vez a minha irmã me disse

Que quando a gente repulsa um comportamento alheio poder ser que estejamos vendo o mesmo caráter na gente mesmo. Que toda aquela raiva ao descrever atitudes vem de uma raiva muito maior, a de possuirmos tais.
É complicado admitir isso, ainda mais se o orgulho for o nome do esconderijo onde foi parar a consciência, depois de resolver que não confessaria.
Quando a minha irmã me fez abrir os olhos pra isso, ardeu, mas foi ótimo com o tempo.


Sei lá, lembrei disso hoje...

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Papéis no divã

A Dona Folha acordou-se saudosa, lembrando de tempos em que sempre aparecia alguém para fazer um cafuné em sua barriga ou dar uma coçadinha em suas costas, podia ser com caneta ou grafite, ela adorava ficar tatuada, de desenhos e palavras. Confessou que morre de ciúme dos teclados, que sempre são massageados e que cansou de receber somente essas míseras assinaturas ou, pior ainda, só uma triste rubrica. “Carinho de impressora não é igual” exclamou ela, “é tão mecânico, tão impessoal, que nem parece carinho, parece um, um solavanco”. E foi com os olhos bem tristonhos que ela disse temer um futuro em que umas pessoas não conheçam a caligrafia das outras.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

No liquidificador das emoções





Isso que sai por esses dois buracos negros é só uma goteira de toda tempestade que se passa ao fundo.

(feliz e triste)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Antes que as traças devorem meu blog

Vou contar meus planos para esse fim de tarde...

Hoje vou ao centro, estacionarei no lugar de sempre, passarei na minha praça preferida, não sem antes passar pelo velho casarão onde moram três gatinhas pretas, quero uma foto delas. Vou interagir com o pessoal organizado em filas, verei ofertas e tudo que eu preciso tanto comprar para nunca usar, ou seja, coisas que não voltarão comigo para casa. Vou classe média e volto pobre (todo meu dinheiro é justamente a soma exata de todas as minhas contas). As horas de fila? Não me incomodarão mais que todos os problemas que resolvi no trabalho.
No fim do dia a minha matemática ainda consegue ser positiva, acho que foi um bom dia, isso porque é menos um na contagem regressiva para minhas férias-guisadinho, parte II (doze dias em um mês, doze no outro e os outros seis sabe lá Deus quando).

Na verdade isso tudo aqui é só uma saudade, de escrever, de ler comentários, de ler os outros blogs, de ver as fotos... Mas prefiro férias bem longe de computadores e salas fechadas. Prefiro andar descalça com bermudas que já foram calças, e não ter hora para comer, nem dormir.
Já já eu volto, com a saudade do tamanho de um dinossauro obeso.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Con-seqüências

Se eu disparo em palavras
É porque meu coração dispara em batimentos
E, em direção a ti, dispara meu pensamento

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Eu não vou contar essas histórias para os meus filhos

Eu sei a música que vou cantar para niná-los, sei as roupinhas que eu gostaria que usassem, sei tudo que têm que comer, mas não, essas histórias de príncipes encantados eu não vou contar!
Eu não quero que cresçam com esse conceito de felicidade que eu tanto odeio, esse que diz que a gente deve esperar um príncipe encantado, em um cavalo branco, para levar a gente para uma vida maravilhosa em um castelo.
Por que a felicidade tem que aparecer impecável, conduzida pela mão por um título de nobreza, hoje em dia substituído por um sobrenome?
Ai, como isso me irrita! Como me irrita saber que um carrão, o antigo cavalo branco, chama mais atenção que um coração. Que o nosso assunto, a nossa conversa, nossas idéias, são facilmente vencidas pela nossa aparência.
Sei lá quais são as histórias que contarei, mas castelos não estão nos meus planos, até porque nunca contam o final verdadeiro dessas histórias, gente morrendo de tédio em um castelo escuro, colocando alarme e trava no cavalo para não ser roubado e passando a vida juntando grana pra blindar o coitado do cavalo. É princesa estressada com o calor e o vestido de sete saias, explodindo no espartilho, é príncipe pagando mico de legging e casaco de ombreira com franja.
Nunca falam em fazer análise né? Mas eu garanto que a nobreza passava horas no divã.

Ouvindo:

Blues da piedade
(Frejat / Cazuza)

Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com cara de abortadas

Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo que não têm

Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia

Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada

Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem

Quero cantar só para as pessoas fracas
Que tão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar o blues
Com o pastor e o bumbo na praça

Vamos pedir piedade
Pois há um incêndio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade

Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Ela bem que tentou alcança-lo



Porém, a distância dos mundos era muito maior do que a menina imaginava.

Sobre a moça da bolsa grande

A primeira vez que a vi já se mostrou diferente do que eu esperava, afinal professoras do curso de economia têm um ar sério, um comportamento contido. Ela se apresentava sentada sobre a mesa de professor com uma saia hippie e uma toquinha de crochê.
Era colorida das meias aos olhos, olhos estes de um azul cor do céu, conciliava, na medida certa, palavras doces e broncas. Carregava um bolsão gigante, só menor que o próprio coração.

(é pra Kel)

sábado, 12 de janeiro de 2008

Para o meu melhor amigo

É pra cá que eu corro
Quando eu quase morro
De rir ou de chorar

É aqui que eu tenho
Sempre um abraço carinhoso
A sinceridade de uma amizade
Que nunca vai acabar!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

De tanto correr, perdi as fitas do cabelo

E agora é assim, bem escabelada que eu dou risada!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008