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♪ Elephant Gun - Beirut
“Eu tenho pé no chão, mas a cabeça eu gosto que avoe!”
Nem me importei com o xampu que acabou no início do banho, aproveitei o frasco vazio para fazer bolhas em um banho que deve, quase por lei (global-capitalista), ser muito rápido. E nem me importou que só deu tempo de fazer três bolhas, uma só já seria ótimo. E nem me importei com o machucado no dedo indicador, que não quer sarar e hoje perdeu o chapéu mais uma vez, muito menos me importei com esmalte roxo descascado na unha do dedão. Nem as risadinhas dirigidas a minha meia-calça azul-turquesa e muito menos com esse sono gordinho, que se pendurou nas minhas pálpebras, desde terça quando comecei a acordar na madrugada para estudar.
Tô de bom-humor, a exposição dos meus dentes estampada em um sorriso que vai de orelha-a-orelha registra isso. Um carinho arranca as rugas da testa e hoje ganhei um presente que foi parar na porta do meu quarto e um bilhete escrito à mão que foi parar no bolsinho da carteira.
Do ato todo o mais bonito são os detalhes. A letra, a dobradura, o papel cortado pela metade, para caber justinho o que as palavras vinham me contar, mas o melhor de tudo era a caixa, a caixa de meia-calça. Quem colocou o presente lá dentro sabe que eu não tenho frescuras. ADOREI!